Convênio entre UEMS e GlobalGen beneficia pecuária no MS

Por: Eduarda Rosa | Postado em: 26/10/2022

Aracy Santos (médico-veterinário da UEMS); Eduardo Rossignolo (médico-veterinário, representante da

A GlobalGen vet science e a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) estabeleceram um convênio de cooperação técnica que deve facilitar a difusão, entre os produtores sul-mato-grossenses, da biotecnologia reprodutiva que mais cresceu nos últimos 20 anos: a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). O Centro de Demonstração Zootécnica de Bovinos de Corte e o Núcleo de Conservação de Bovinos Pantaneiros (NUBOPAN) são os primeiros projetos a se beneficiar da parceria.

“Este é um convênio muito interessante para viabilizar as estações reprodutivas em nossas fazendas experimentais e também para garantir um contato direto dos alunos com o time de técnicos da empresa, complementando o aprendizado em reprodução e melhoramento genético", relata a Dra. Fabiana Sterza, coordenadora do Grupo de Estudos em Tecnologia da Reprodução Animal (GENTRA), da UEMS. O convênio abrangerá, também, ações conjuntas envolvendo projetos de pesquisa.

Os cursos, treinamentos, encontros e palestras resultantes desta iniciativa também favorecerão os produtores, que poderão conhecer de perto os benefícios da IATF, inclusive, em momentos de virada no ciclo da atividade, quando o preço do bezerro tende a cair. Com apenas uma semana da cooperação em vigor, já houve uma adesão de quase 2.000 protocolos de IATF por parte dos produtores ligados à instituição.

 Pioneiros no curso de Zootecnia

A UEMS é fundadora do primeiro curso de Zootecnia do Mato Grosso do Sul, formando profissionais atuantes em nutrição, manejo reprodutivo, melhoramento genético e  bem-estar animal de diferentes espécies de produção com foco no fornecimento de alimentos mais sustentáveis e de melhor qualidade.

As aulas são conduzidas no campus de Aquidauana (MS), em uma área de 806 hectares, subdividida entre centros de demonstração zootécnica de diferentes espécies (bovinos, ovinos, suínos, aves, peixes e abelhas) e o núcleo dedicado à preservação do bovino pantaneiro, grupamento genético quase extinto no Brasil.

"No centro de demonstração de bovinos de corte,coordenado pelo professor Dalton de Oliveira, contamos com, aproximadamente, 150 matrizes Nelore, onde também testamos cruzamentos tricross com sangue europeu. Preconizamos estação de monta de três meses, com produção 100% via IATF”, explica a doutora. Fabiana. “O plantel da UEMS é assistido pela ANCP e a Embrapa - Geneplus”, complementa o professor André  Ferraz, responsável pelo programa de melhoramento genético do rebanho de corte.

Além de servirem aos propósitos acadêmicos, os bezerros produzidos são leiloados, ajudando na captação de recursos à universidade. Já as instalações do NUBOPAN, coordenado pelo professor Marcus Vinícius Moraes de Oliveira, são criadas cerca de 50 matrizes pantaneiras inseminadas ao início da estação de monta e repassadas com touro da mesma raça.

Reconhecimento internacional

Tamanha é a dedicação à preservação e reintegração do bovino pantaneiro na pecuária sul-mato-grossense que o trabalho é reconhecido internacionalmente, com publicações na revista inglesa Nature e também no livro Recurso Genético Animal, da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).

Aparições no remake da novela Pantanal, concluída na primeira quinzena de outubro, popularizaram o cruzamento dos bovinos originalmente trazidos da Península Ibérica pelos espanhóis e portugueses, durante a colonização da América do Sul. Os rebanhos acabaram se estabelecendo no Pantanal e, por meio da seleção natural, adquiriram resistência ao calor, umidade, planícies encharcadas, predação e demais intempéries. As características organolépticas de sua carne são diferenciadas, naturalmente macia e marmorizada.

“É uma honra contribuir com esse incrível trabalho de preservação da espécie, reconhecido como um patrimônio histórico - cultural dos estados do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso", menciona Gabriel Sandoval, gerente da GlobalGen.

Em breve, o Pantaneiro deve ser reconhecido como raça. Segundo o coordenador do NUBOPAN, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) solicitou à Associação Brasileira dos Criadores de Bovino Pantaneiro (ABCBP) - criada em 2013 - dados sobre o tamanho do rebanho, distribuição, volume de criadores e registros genealógicos, entre outras informações necessárias ao processo.

Sobre a GlobalGen

A GlobalGen vet science é uma joint venture fruto da parceria entre a holding americana ReproGen e a empresa brasileira UCBVET Saúde Animal. Traz em sua bagagem a expertise dos doutores Milo Wiltbank e J. Richard Pursley, pioneiros da IATF nos Estados Unidos, com a criação do protocolo OvSynch®, utilizado em escala global.

Com forte investimento na gestão da IATF, a empresa desenvolveu o programa ReproCheck, software com mais de 100 diferentes análises para gestão e benchmarking em diferentes fazendas de gado de corte e o G-Synch, programa reprodutivo de alta fertilidade em gado leiteiro. Também possui parcerias com SBTE, ASBIA e ESALQ/USP, sob a coordenação do professor Dr. Roberto Sartori, um dos três maiores nomes da IATF no Brasil.

Sessenta por cento da equipe de campo é formada por médicos-veterinários, especialistas em reprodução e genética, que atendem fazendas por todo o País. 

Para mais informações sobre a GlobalGen: https://globalgen.vet/

Fonte: GlobalGen